domingo, 23 de novembro de 2008

contnua o assunto

No projeto de ruptura de Marcel Duchamp, no início do século XX a fotografia teve um papel importante, tanto na obra do como no desenvolvimento da fotografia e da fotomontagem. “ Provavelmente Duchamp jamais foi fotógrafo sensu stricto – usou antes, toda vez que era necessário, os talentos de seu amigo Man Ray (“O Homem Raio”) , inclusive para seus auto-retratos e outros disfarces – mas toda a sua obra pode ser considerada “conceitualmente fotográfica”, isto é, trabalhada pela lógica do índice, do ato e do traço, do signo fisicamente ligado a seu referente antes de ser mimético. Assim, entre outros exemplos, de todos os seus trabalhos construídos com base na inscrição das “sombras conduzidas” (ver a série de perfis recortados em silhuetas, assim como “rayografias”, imagens-contatos, projeções diretas ou congeladas de seu rosto); ou ainda as que implicam a “moldagem”, tanto profundas quanto irônicas, tão numerosas (Objeto dardo, Folha de vinha fêmea, With my tongue in my cheek etc); as obtidas por “decalque” e por “transporte” ( Três consertos padrão, “ imagens” de um fio de um metro de comprimento caído de um metro de altura e cuja forma foi fixada, transportada e reproduzida em madeira etc); os construídos aleatoriamente por “depósito” e “fixação” (as Criações de poeira como traços do tempo) e até os próprios ready-made , que é possível descrever como casos extremos em que o produto final não apenas não parece, mas nem mesmo tem o traço físico de um objeto exterior “a ser representado”; ele e esse próprio objeto, tornado obra como tal, por um ato de decisão artística, por simples operação de seleção, de levantamento no interior do contínuo do real e de inscrição no universo da arte.”2
Os tempos de guerra foram importante para o desenvolvimento das artes. Novas tecnologias foram criadas ( aviões, instrumentos óticos, máquinas fotográficas mais potentes). Nasceu a fotografia aérea. A fotografia aérea forneceu instrumentos conceituais às atitudes da abstração em arte.


Marcel Duchamp

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