domingo, 23 de novembro de 2008

WALDEMAR CORDEIRO (1925-1973)



O percurso artístico de Waldemar Cordeiro é marcado pelos várias dúvidas que marcaram a arte no século XX. Apesar de sua formação clássica, inicialmente comunga com os ideais das vanguardas européias: primeiro o expressionismo, adiciona elementos do cubismo e ensaia composições abstratas informais, que logo se tornam geométricas, indicando sua adesão a princípios construtivos. A referência foi Mondrian, mas a atualização acontece com as idéias de Max Bill, que tenta ajustar o construtivismo às condições sociais do pós II Guerra Mundial.
“Como um dos fundadores e teóricos do Concretismo no Brasil no início dos anos 50, Cordeiro formula e assina, juntamente com os artistas de São Paulo, o Manifesto Ruptura em 1952. Bem ao gosto das provocações vanguardistas, o manifesto é contundente na defesa dos novos princípios para a prática artística e no diagnóstico do ambiente local: ‘ arte moderna não é ignorância, nós somos contra a ignorância.” 3

“ Uma crise de cunho existencialista, aliada à dispersão do Grupo Ruptura, marcariam um novo direcionamento nas preocupações de Waldemar Cordeiro a partir da década de 1960. O artista revê criticamente o Concretismo, incorpora questionamentos advindos das chamadas tendência neofigurativas internacionais e advoga por um novo humanismo. Esse seria um passo decisivo para o rompimento com a especificidade dos meios artísticos através da produção de objetos, que adotam procedimentos próximos às operações ready-made, bem como elementos da pop arte e da arte cinética. “4

“Outros pressupostos passam a nortear o seu trabalho a partir de então: busca de novas estruturas significantes, abordagens dos problemas sociais, crítica à alienação do indivíduo e ao consumismo imposto pelos meios de comunicação de massas e proposta de apresentação das coisas do mundo na obra de arte, ao invés da sua representação.” 5

O trabalho de Waldemar Cordeiro sofre uma nova e radical mudança de rumo a partir de 1968. O artista abandona definitivamente a produção de objetos e passa a se dedicar à investigação das possibilidades de utilização artística do computador. A radicalidade dessa mudança, no entanto, dá-se apenas ao nível dos resultados de suas especulações, pois em termos conceituais a arte eletrônica veio, em grande medida, apenas ampliar e atualizar questionamentos que já o acompanhavam de longa data.

Auto-retrato Probabilístico, 1967.
Acrílico, madeira e fotografia.





indivíduo sem massa, 1966
lente de aumento, madeira, acrílico



popcreto para uma pop crítia, 1964
madeira, enxada e fotografia.



rebolando 1965
garrafão com água e fotografia





distorções óptico-cinéticas 1964
madeira, fios, garrafas com água e fotografia



o beijo 1967
objeto eletro-mecânico e fotografia


masssa s/indivíduos 1964
lupa e fotografia

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